Saudade Funesta
O que não fazemos para ganhar alguns caraminguás e pagar as contas nesta vida? Eu, que nos últimos anos ganho a vida escrevendo – recados, no estilo devo-não-nego para meus cobradores, na maioria das vezes –, tenho sentido saudades de escrever obituários, se é que a leitora me entende.
Explico: durante um tempo – não mais que três meses –, fui o responsável por escrever na seção de óbitos de uma revista, onde a maioria dos leitores era composta por septuagenários (a leitora já imagina que trabalho nunca faltou).
Para quem já escreveu de tudo nesta vida para ganhar algum – cartões de aniversário, discursos para políticos de subúrbio etc. etc. –, escrever obituários parece menor. Mas o fato é que tenho sentido saudades de escrever sobre (e para) os mortos. Funesto? Sim, mas o grande problema, ultimamente, é ter de escrever para os vivos...
Para quem já escreveu de tudo nesta vida para ganhar algum – cartões de aniversário, discursos para políticos de subúrbio etc. etc. –, escrever obituários parece menor. Mas o fato é que tenho sentido saudades de escrever sobre (e para) os mortos. Funesto? Sim, mas o grande problema, ultimamente, é ter de escrever para os vivos...