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A troca

Esta é uma história sobre trocas. E começa, para não desmentir o título, com uma delas.
Foi para fazer uma troca que Cristiane entrou naquela loja de jóias num dia insosso. Havia ganhado um colar de diamantes do marido e já entrou na loja pedindo para que fizessem a troca. Do colar, não do marido, embora Cristiane fosse acostumada a trocar os presentes que recebia.

– Querida, este não é aquele vestido que te dei ano passado? Ele não era azul?
– Lavanderia, Olavo. Sabe como é.

Dizem que Cristiane só não trocava mesmo o marido, um modelo 56 movido a álcool - e não era qualquer tipo de álcool; Olavo preferia uísque doze anos -, que conhecera em um jogo de gamão, quando visitava tia Carminha.

– Lendo Paulo Coelho, querida? Mas e o Kafka que te dei?
– O quê, tia?
– O Kafka, o que aconteceu com o Kafka?
– Não ficou sabendo? Tuberculose, coitado. Morreu na miséria.

Por estar acompanhada da sogra e da tia Carminha, Cristiane não pôde fazer a troca que tanto queria. No dia seguinte, receberia em seu apartamento – também já havia trocado dez vezes de apartamento – duas vendedoras que lhe mostrariam algumas jóias para a realização da troca. Seria uma operação ultra-secreta. Nada poderia dar errado. O marido não sabia da troca. Nem a sogra, a tia Carminha e as vendedoras. De repente, no meio da negociação, Olavo bate na porta do flat e Cristiane, muita calma e segura, embora tivesse ficado extremamente pálida, trêmula e gaga, pergunta às vendedoras se queriam, por um acaso, conhecer o banheiro do seu “apê”. As vendedoras são enfáticas:

– Não – E Cristiane, com muita delicadeza, empurra as duas para dentro do banheiro.

– Oi, querida. Vim buscar meu short.
– Olavo, não entre nesse banheiro!
– Por quê? O que tem aí dentro?
– Ora, Olavo. O de sempre: a banheira, o lavatório, o espelho e as duas vende...
– O quê?
– Esquece, Olavo. Eu entro aí e pego o seu short.

A situação das vendedoras era realmente ultrajante. Sirlene, doze anos de casa, sentada no lavatório; e Lucineide, que fora promovida ano passado, dentro da banheira.

Graças a Deus e ao difícil adversário de Olavo na partida de tênis daquela tarde, Cristiane conseguiu fazer a troca. A desculpa de um orangotango do vizinho veterinário usando o lavatório realmente havia convencido Olavo naquele dia.

Dizem por aí que Cristiane sempre volta à mesma loja para comprar outras jóias; escolhe, diz “oi” para as vendedoras, mas, estranhamente, nunca pede para ir ao banheiro.
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